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Rendeiras: a força e a persistência do seu artesanato.

   

    

   O ofício das rendeiras e sua tradição, apesar de ser uma parte significativa da cultura nordestina, especificamente cearense, pode estar ameaçada pela pouca visibilidade decorrente da perda de interesse da população pela história e exercício do artesanato. “Não é pra deixar morrer”, afirma a rendeira Francisca Lorena da Silva,  que trabalha desde os 6 anos. “Eu tenho muita pena porque vai acabar, os adolescentes não querem mais aprender”, declara a rendeira Maria Cleide dos Santos, que aprendeu a tecer os fios com 8 anos.

    O tempo de produção da renda pode ser também um dos causadores do possível desaparecimento desse ofício. Essas rendeiras passam dias e noites trançando fios e algumas peças. Por mais simples que pareçam ser, uma única blusa demora três meses para ser acabada. Dessa forma, essas mulheres passam muito tempo sem ter o que vender e os clientes acabam procurando outros pontos de venda. Além disso, os jovens dessa geração buscam mais produtividade, por isso, acabam negando esse trabalho.

   Essa desvalorização, causa desmotivação em muitas dessas mulheres que tem o artesanato da renda como uma garantia de vida. Elas acabam buscando outros empregos e deixando guardado consigo  os segredos por trás do tecido. Na associação das rendeiras, no município de Aquiraz-CE, é possível encontrar mulheres como a Francisca Ferreira Caetano, que trabalha com renda desde os 12 anos e diz não aconselhar suas filhas a trabalharem com isso, "prefiro que sejam salariadas", afirma. 

 

    

    

Importância
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Importância 

  De acordo com Pricila Medeiros, professora de Design de Moda da Universidade de Fortaleza e Universidade Fanor, a moda tem uma grande responsabilidade diante da valorização da renda e deve se conscientizar em não se apropriar e  sim apoderar o artesanato, "Quando eu falo em respeitar, é em remunerar de forma correta, porque muitas vezes a indústria da moda é um pouco perversa e se apropria sem recompensar e dar créditos", afirma.

HISTÓRIA

  Com influência europeia, o artesanato da renda chegou no litoral cearense com a chegada da família real portuguesa no Brasil, no século XIX. Logo, houve intervenção da cultura indígena e a confecção ganhou uma resinificação tipicamente brasileira. Essa herança portuguesa começou por mulheres nobres europeias que se dedicavam a entrelaçar fios e que passavam esse conhecimento de mãe para filha, virando uma tradição.

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História

PONTOS DE VENDA DA RENDA NO CEARÁ

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